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O projeto EcoVale foi apresentado dia 23 de fevereiro, na Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão, dando espaço a um interessante debate sobre as práticas de consumo de energia e do uso de equipamentos.

Cerca de 50 pessoas estiveram presentes no evento de lançamento do projeto EcoVale, que visa desenvolver e implementar um conjunto de ações de sensibilização para promoção de eficiência energética e combate à pobreza energética, nos municípios de Vila Nova de Famalicão e Barcelos. A apresentação de resultados acerca da forma como Portugal se posiciona em relação à pobreza energética suscitou surpresa e intensificou o interesse no projeto.

Luís Macedo, presidente do Conselho de Administração da CEVE, lembrou a importância da participação ativa da comunidade para o sucesso da iniciativa e acredita que o EcoVale poderá ser um importante passo na mitigação da pobreza energética, nos municípios envolvidos.

No evento participaram ainda os investigadores do INESC TEC, Zenaida Mourão e Alexandre Lucas, que trouxeram ao debate algumas problemáticas relacionadas com o tema.  “Os impactos da pobreza energética vão além das condições de saúde e bem-estar dos indivíduos, como problemas respiratórios, cardíacos e de saúde mental. Há impactos a nível de aprendizagem e escolaridade, ou de integração social. Por isso, é tão importante que sejam criados apoios sociais e políticas públicas direcionadas”, referiu Zenaida Mourão. Por sua vez, Alexandre Lucas esclareceu os participantes acerca de soluções práticas para um consumo energético mais responsável, como por exemplo a digitalização a nível residencial. 

“Há várias medidas passivas e ativas que nos podem ajudar a aumentar a eficiência no consumo de energia elétrica e de gás. Uma delas, passa pela utilização de equipamentos mais eficientes que traz vários benefícios associados, desde logo a nível das faturas a pagar”, adiantou.

Augusto Lima, vereador do pelouro da Educação e Ciência da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, considerou essencial a integração da comunidade escolar, permitido que o conhecimento adquirido possa ser passado às futuras gerações de alunos, e acrescentou que gostaria de ver o projeto replicado nas instituições de ensino que não estão inicialmente abrangidas pelo projeto.

Maria Assunção Santos, coordenadora da EB Louro/Mouquim, adiantou que o EcoVale vai de encontro aos objetivos de monitorização da energia desta Eco-escola, permitido melhorar as ações de sensibilização, junto dos alunos, acerca do desperdício energético. Carlos Alberto Fernandes, presidente da União das Freguesias de Lemenhe, Mouquim e Jesufrei afirmou estar empolgado com a iniciativa e fará tudo para que os cidadãos participem ativamente. Para já, e a título pessoal, confirmou ter intenção de iniciar algumas mudanças na forma como consome e utiliza a energia.

O projeto vai desenvolver, em simultâneo, três tipos de atividades para diferentes públicos-alvo: formação e sensibilização para adultos, jovens e crianças, desenvolvimento e implementação de uma plataforma de inovação aberta e criação de clubes de eficiência energética nas escolas. Ao todo, estão envolvidos cerca de 2200 jovens e crianças (dos três aos 18 anos), de 23 escolas e creches, mas espera-se que a mensagem do projeto e os seus resultados possam ter uma disseminação mais abrangente. A par disso, está prevista a realização de quatro workshops abertos a toda a população que se espera que funcionem como fórum de ideias, bem como de vários outros eventos de divulgação. 

O projeto EcoVale é promovido pela CEVE – Cooperativa Eléctrica do Vale d’Este e financiado pela ERSE no âmbito do Plano de Promoção de Eficiência no Consumo de Energia (PPEC) e conta com o apoio científico do INESC TEC. INESC TEC.